Henrique Fernandes
As mãos são parte essencial do corpo humano. Na vida, pode-se fazer muitas coisas com as mãos, no futebol não é diferente. Com as mãos, o goleiro é capaz dos mais impensáveis sortilégios, capazes de ganhar campeonatos e na falha delas, em entregar jogos fáceis também. Com as mãos, Maradona colocou a Argentina nas semifinais da copa de 86, as mãos que cumprimentam, que puxam, que batem, que amparam o rosto envergonhado ou que abraçam o companheiro no momento extasiante.
No clássico entre Vasco e Fluminense no último domingo, as mãos protagonizaram momentos interessantes do futebol. Primeiro, na homenagem singela do meio-campo cruzmaltino Abedi a seu filho, que sofre de leucemia, e por isso, recebendo corretíssimo cartão amarelo. Ora, Alício Pena Júnior, árbitro do certame não poderia imaginar a intenção da comemoração exageradamente demorada, e mesmo com a justificativa plausível, não se pode abrir um precedente tão incômodo. Depois de Abedi não ser punido, qualquer zé-das-couves inventará uma "vovozinha que só engatinha", ou uma "homenagem aos descamisados do Brasil" a cada comemoração.
As mãos apareceram também após o jogo. Depois de uma entrevista que já começou infeliz e de provocações bilaterais completamente desnecessárias por parte de um jornalista carioca e do meia Morais do Vasco, o jogador agrediu o repórter, e preparou-se para a briga. Por sorte, a turma do deixa disso foi mais eficiente que o brigão e nada de pior aconteceu. No entanto, o incidente em si foi extremamente lamentável e o pior é que o jornalista tinha razão: Morais não jogou nada e o Vasco, apático, sofreu pra suportar o time misto do Fluminense, mais uma vez provando que não merece estar na classificação em que está e que terá sérios problemas neste campeonato.
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Semana passada, levantei a questão do patrocínio a Ana Paula Oliveira. Anteontem, qual foi minha surpresa em assistir uma entrevista do sr. Edson Rezende, atual presidente da comissão de arbitragem e em dado momento, ver o referido senhor chegar a dizer que "Ana Paula estava irregular, já que não é permitido pela comissão da CBF que árbitros sejam patrocinados por empresas particulares...".
Eu avisei.
O Botafogo é líder isolado. Tudo bem, quarta rodada, mas 10 pontos são um sétimo dos pontos que o Botafogo precisa para ser campeão. Faltam 60, em 34 rodadas e este time já provou que não é ruim. É melhor não duvidar.
O São Paulo e o Internacional aproveitaram a rodada para renascerem. O Tricolor contou com a ajuda determinante da arbitragem do ótimo Leonardo Gaciba, o colorado venceu um jogo violentíssimo contra o Náutico na Beira Rio e ganhou moral para ganhar a Recopa. Olhos abertos para estes dois, que se crescerem surgirão como favoritos ao lado de Botafogo, Grêmio e Santos.
Amanhã o Grêmio se classifica para enfrentar o meu Cúcuta na final da Libertadores, e o Figueirense sagra-se pela primeira vez campeão da Copa do Brasil. Merecido??
6 comentários:
mto legal o texto sobre as mãos Henrique! Apesar de jogado com os pés o futebol em mto se relaciona msm com as mãos, e vc mostrou isso mto bem!!!
e qto a comemoração do Abedi tb acho q ele merecia o cartão amarelo, mas até o cartão foi recompensador para ele e para o filho!!
Discordo da sua opinião sobre a briga entre Morais e o repórter da Transamérica. O jornalista não deveria ter dito que o futebol dele é uma vergonha.
Foi ofensivo demais. Depois de 90 minutos de um clássico em que os jogadores vascaínos estavam irritados por não chegarem a ponta da tabela, o repórter deu um péssimo exemplo profissional.
Mas, é claro, isso não justifica a atitude do atleta.
O texto ficou muito bom. É muito interessante para o blog que os textos também partam de reflexões literárias a respeito dos esportes. (vide, minha matéria sobre o pan)
Amigo Bruno,eu disse que o repórter estava errado qnto a pergunta, mas certo em axar o futebol de Morais (e do Vasco) no último domingo vergonhoso. Agora, o profissional pode axar o que quiser, mas deve ter o bom senso necessário para saber o que pode expressar ou não...
Eu discordo da questão da comemoração do Abedi. Um árbitro pode voltar atrás numa decisão e poderia tê-lo feito após saber do motivo...
Santos não é favorito nem por decreto. É só ver seu futuro sem Zé Roberto e Cléber Santana...
Só uma questão: Zé Roberto + Luxemburgo = R$6 Milhões = 1 Paulista ≠ Palnejamento
O q acontece, Hélri é q se o árbitro volta atrás na decisão do Abedi, todo atacante meia boca q marcar um gol fará comemorações excênctricas e homenageará um ente querido sem nunca ser punido!! É um precedente perigoso, e que a arbitragem pode evitar. O gol é momento de extravasar as emoções, mas claro, tudo de forma contida, respeitosa e dentro das regras do futebol.
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