Prof. Márcio Guerra
Dizer que tudo o que aconteceu ontem, no Maracanã, foi esperado é exagero. Mas boa parte de tudo o que se viu era facilmente previsível para quem acompanha futebol. A começar pelo desastre da arbitragem de Fábio Calábria. A vitória do Botafogo não pode, como felizmente reagiu o presidente do clube, Bebeto de Freitas, encobrir o escândalo que tem sido proporcionado pela Federação do Rio de Janeiro, "chefiada" indiretamente pelo deputado que provisoriamente dirige o Vasco. O árbitro tinha dito, no dia em que foi sorteado, que queria guardar a bola do jogo e que torcia para Romário fazer o gol 1000, das contas dele. Fábio Calábria não escondeu de ninguém que queria entrar para a história.
Tentou, mas estava escrito nas estrelas que era dia de Fogão. Um árbitro que deixa de dar dois pênaltis claros, um deles na sua cara, que espera mais de meia hora para ver se Romário vai cobrar pênalti e decide o lado das cobraças sem sorteio, optando pelo lado de onde estava a sua (êpa) torcida, no mínimo queria mesmo participar da festa do Baixinho. Foi um jogo histórico e, como bem disse Cuca, técnico do Botafogo, não se pode crucificar o Vasco na partida de ontem. O time lutou, se empenhou, mas padeceu novamente do fato de ter jogado com dez desde o primeiro minuto de jogo.
Pena que os cronistas esportivos, em sua maioria, estão completamente míopes, vendo apenas a luta por um milésimo gol, que todos eles sabem que só existe nas contas do jogador. Estão sem coragem de dizer que Romário segue prejudicando o time. Tocou na bola aos 19 minutos do primeiro tempo. Deu dois chutes a gol e ficou parado de braços abertos jogando seus companheiros de encontro a torcida. Definitivamente, ao contrário do que ele imagina e sonha, ele "não é o cara". O cara, certamente, teria tido a noção de qual o momento certo de parar, a grandeza de reconhecer que fabricou o gol mil, que não saiu e somente sairá se inventarem um jogo de amigos dele no Maracanã ou enfrentar o combinado de Duque de Caixias.
Mas falemos do time vencedor. Premiado pela campanha e pela justiça ao talento de alguns jogadores, especialmente Dodô e Lúcio Flávio, o Botafogo demonstrou em campo algo que nem sempre é sua característica: garra. Desconsiderado pela Federação e vítima constante de erros de arbitragem, o time se superou e chega a final da Taça Rio de Janeiro como favorito, mas não como campeão. De qualquer forma, diante do Vasco, com a arrogância do presidente deputado interino e do atacante chamado de "pinóquio" pela torcida botafoguense, estava escrito nas estrelas, ou na estrela solitária, que o gol mil fabricado não tinha mesmo que acontecer. Os deuses do futebol ainda costumam contribuir com a justiça.
4 comentários:
Faço minhas as suas palavras, professor. Até compreendo quando os torcedores de outros times fazem chacotas com os Botafoguenses que acompanham, gostam - e porque não dizer entendem de futebol - criticam a arbitragem, sempre desfavorável ao Alvinegro. Falta-lhes um detalhe pequeno, porém essencial: para se entender o que é sofrer com o Botafogo, tem-se que torcer para o Botafogo, acima de tudo.
Assisti a partida esperando sempre pelo próximo erro do juiz. Tive medo. Fui a loucura no primeiro pênalti não marcado, me descabelei com o segundo - ainda mais claro - que jurei que não haveria juiz no mundo que não o marcasse.
Confesso, no segundo tempo, depois da expulsão no mínimo controversa do Túlio, que passei a temer pelo resultado do jogo. Não temia pelo time do Vasco, que para minha surpresa conseguiu jogar dois minutos da partida melhor que o Botafogo, mas na expectativa sobre qual seria o próximo erro do juiz, e quais seriam as consequências dele para o Botafogo.
Acho que este ano vai ser difícil apagar a estrela. Vitória na raça, vitória de campeão. Humildemente...
Está na hora do Rio passar por uma enxurrada de moralidade. Os desmandos do presidente do Vasco já não fazem mal só ao clube, mas a todas as agremiações do Estado.
O jogo de ontem foi um retrato do que é o futebol carioca: pura emoção.
O Botafogo não pode ser discriminado, é um dos quatro grandes, junto com Vasco, Flamengo e Fluminense. E ontem venceu com justuça, se não fossem os dois gols em três minutos, provavelmente o Vasco seria goleado. Venceu o mais técnico, que mostrou também ser aguerrido.
Palmas para Cuca, que pode não ter um time excepcional, mas que dará muito trabalho no Brasileiro.
P.S.: Mas o Dodô deveria ter sido expluso, quando deu um carrinho idêntico ao do André Dias.
Parabéns Fogão!!!
Outra coluna Enrique?!!?
Putz
As expulsões foram injustas... Mas os pênaltis não aocnteceram...
Infelizmente essa eu concordo com os botafoguenses, o juiz foi péssimo!Mas nada tira o mérito da equipe que soube reverter o plcar e seguir rumo ao título da Taça Rio!
Te cuida meu Mengão!
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