Paulo Lopes
Com o perdão do atraso estou escrevendo em dia errado, pois ontem por motivos de grandeza maior não pude “postar” aqui no blog. Mas prometo que esse erro não irá se repetir. Obrigado pela compreensão e segunda volta tudo ao normal.
O que será que passa na cabeça de um presidente de clube quando ele demite um técnico de futebol? Será que ele pensa que os seus problemas acabaram? Será que ele pensa que com um técnico novo os jogadores renderão melhor? E o que será que eles pensam quando despedem um técnico que está em primeiro lugar num campeonato? Ou quando despedem um técnico com menos de dois meses de trabalho? Na verdade seria melhor dizer que eles não pensam
O caso mais recente de uma demissão de um técnico foi a do Joel Santana, que foi despedido do Fluminense. E com essa demissão o time das Laranjeiras parece que não aprendeu nada com o ano passado, quando usou seis treinadores e não ganhou nada, a única disputa que o tricolor participou foi para fugir do rebaixamento. E esse ano o time já está no terceiro. Existe um consenso comum que o Joel Santana não é um bom técnico (então o primeiro erro já foi ter o contratado), mas se contratou significa que a diretoria do clube apostava nele, e quando houve a demissão com apenas dois meses de trabalho, ocorreu o segundo erro.
Eu não estou pedindo muito, eu só desejo que os dirigentes e principalmente o presidente do clube (pois é dele a maior responsabilidade) deixe o técnico trabalhar em paz e sem pressão, que cumpra o contrato com os treinadores e que deixe ele dá seqüência ao trabalho. Em números, traduzo esses meus desejos para apenas um ano ou uma temporada. É só olhar em volta e ver que a seqüência do trabalho dá resultado, e não preciso voltar muito no tempo. No ano passado no campeonato Brasileiro, os sete primeiros colocados (São Paulo; Inter; Grêmio; Santos; Paraná; Vasco; Figueirense) mantiveram os treinadores desde o começo do ano, e os 4 rebaixados (Santa Cruz; Fortaleza; São Caetano; Ponte Preta) trocaram mais de uma vez os treinadores. Isso será só coincidência? Com certeza não. Outros exemplos são os clubes europeus, que há times (normalmente os que mais ganham) nos quais os treinadores chegam a ficar anos e anos.
Não vejo com muito otimismo que essa “cultura” do futebol brasileiro termine tão cedo. Bem que os presidentes dos clube podiam ser humildes, bem que eles podiam perceber que quando um time está ruim a culpa nem sempre é do treinador, pode ser também dos jogadores contratados pelo próprio presidente, ou ainda pode ser culpa da própria diretoria que não deixa os jogadores e a comissão técnica trabalhar em paz. Mas seria muita pretensão minha que os “ditadores” assumissem a culpa e deixassem o cargo em vez de um pobre treinador que as vezes nem tem culpa das derrotas do time.
Mas isso é o futebol brasileiro e esses são os nossos dirigentes que usam a lei do mais forte, fica quem tem mais poder. Eu só espero que um dia, acabe com essa cultura para que o futebol brasileiro possa ser tão competitivo e qualitativo quanto ele merece.
2 comentários:
Paulo, que seus atrasos sejam sempre recompensados por belos textos quanto esse.
Mas, aí vão algumas reflexões:
1) Comparar o futebol brasileiro com o europeu é arriscado. Na Itália, Espanha, Inglaterra, e outros, há uma discrepância gigantesca entre grandes e pequenos. Quando o Milan, o Barcelona, o Bayern, Manchester vão mal, não ficam além dos dez primeiros lugares. No Brasil, quando um grande vai mal ele vai pra Série B.
É fácil manter técnico quando o estrago é menor. O Fergunson foi muito mal nos últimos anos, ficou longe do título. Mas se tivesse sido rebaixado, certamente seu trabalho seria revisto.
Paulo, que seus atrasos sejam sempre recompensados por belos textos quanto esse.
Mas, aí vão algumas reflexões:
Comparar o futebol brasileiro com o europeu é arriscado. Na Itália, Espanha, Inglaterra, e outros, há uma discrepância gigantesca entre grandes e pequenos. Quando o Milan, o Barcelona, o Bayern, Manchester vão mal, não ficam além dos dez primeiros lugares. No Brasil, quando um grande vai mal ele vai pra Série B.
É fácil manter técnico quando o estrago é menor. O Fergunson foi muito mal nos últimos anos, ficou longe do título. Mas se tivesse sido rebaixado, certamente seu trabalho seria revisto.
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