terça-feira, 18 de setembro de 2007

O melhor time será o campeão!

Tiago Domingos

Depois dos devaneios aqui no blog, no Resumo Esportivo e nas discussões de bar, resolvi escrever (para felicidade de Paulo Lopes). A discussão futebol arte x futebol feio pode ser simplificada numa frase: “O melhor time impõe o seu ritmo de jogo”.

Como clube, o São Paulo é um dos poucos, senão o único, que nos últimos anos tenta levantar a moral do futebol brasileiro, nadando na contramão da maré do baixo-nível técnico. Neste torneio, não há dúvidas que é o melhor. Quando ele quer dar show, joga como nos últimos três em casa: 2 a 1 Santos, 6 a 0 Paraná e 5 a 0 Náutico. Quando quer ser eficiente, jogo como nos que provocaram chiliques nos torcedores adversários: 2 a 0 no Vasco, 0 a 0 com o Atlético-MG e 2 a 0 no Botafogo.

Após 3 anos de domínio tricolor, todo o time que enfrenta o clube no Morumbi (e até em casa) se fecha e com isso o São Paulo não conquistou nada neste ano. Muricy (um treinador fraco), com a corda no pescoço, criou um time eficiente e que hoje achou o tom de também jogar bonito. Só não vê isso quem acompanha o time somente fora de casa.

Qual time que está dando show no momento? Pra mim é o Náutico, com duas goleadas. Antes foi o Cruzeiro, que veio depois do Vasco, que sucedeu Botafogo. A busca de alguns por “um-time-que-joga-bonito-que-não-o-São-Paulo” se torna risível, pois a cada meia dúzia de jogos ele busca um novo time ideal. Não se renda ao pragmatismo, mas não se empolgue com brisa passageira, senão pode quebrar a cara.

Arbitragem? No fim de semana, o pênalti do Cruzeiro foi fora da área, o Flamengo teve dois pênaltis não marcados e o São Paulo também teve um pênalti ignorado pela arbitragem. E isso só nos jogos que eu vi. Os erros acontecem para todos os lados, mas é claro que quem está bem não vai se indispôr por um lance de uma partida que ganhou. Por isso não se vê o líder choramingando por aí.

STJD? Um torcedor invade o campo, um treinador manda bater, outro invade o gramado, coloca o dedo no rosto do juiz, um jogador simula ser atingido por uma pilha e a entidade passa a mão na cabeça. Isso sem contar na decisão estapafúrdia do STJD de absolver Dodô e Botafogo, num caso em que ficou decidido em que ninguém merece punição no campo desportivo, como se ele não tivesse sido afetado com o doping. Mas com a Fifa no caso agora, o jogador pode pagar pelo “jeitinho brasileiro de resolver as coisas” e ficar dois anos sem jogar.

Em suma, todos esses itens merecem uma tese de doutorado. O melhor futebol só pode ser ameaçado quando falamos de mata-mata. Aí sim, times feios como o Porto de 2003, a Grécia-2004, o próprio jogo do São Paulo na final do mundial de 2005 e a Itália da Copa 2006 podem ganhar de times superiores. No entanto, é por isso que no Brasileiro se fez justiça e a disputa é por pontos corridos. Assim, o melhor e o mais bonito ao longo do campeonato ganha. Foi assim em 2003, 2004, 2005 (apesar da levagem de dinheiro), 2006 e será em 2007.

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