O texto foi retirado da Cidade do Futebol e é de extrema utilidade para todos nós.
O trabalho do comentarista esportivo
Profissão precisa priorizar informações e não o entretenimento para ganhar credibilidade
Equipe Cidade do Futebol
Mais do que qualquer outra área, o jornalismo esportivo tem uma necessidade enorme de imparcialidade e distanciamento dos fatos. Afinal, ao contrário da maioria das editorias de um veículo, essa mexe com a paixão do público. Não é raro encontrar torcedores que conheçam mais sobre a história e a situação de seus times do que os jornalistas que cuidam do noticiário dessas equipes.
No meio desse compromisso com a imparcialidade, os jornalistas ainda sofrem a pressão do entretenimento. O esporte não é apenas uma sucessão de fatos, mas um meio de as pessoas aliviarem a tensão do dia-a-dia. Portanto, o jornalismo esportivo tem (assim como o de variedades) a meta de atingir o grande público e funcionar como ferramenta.
“A participação ideal é aquela capaz de agradar os aficionados e não chatear os que não são conhecedores do assunto. É uma arte que se desenvolve com muito trabalho, treino e humildade para ouvir as críticas e centrar o foco das participações”, diz o livro Manual de Jornalismo Esportivo, de Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel.
O problema é que, em muitos casos, as pessoas perdem a noção do limiar entre jornalismo e entretenimento. E com isso, o jornalismo sério perde espaço para o circo. O comentarista não é um clown e sim um analista do que acontece em campo. O espetáculo em vez da informação é um desrespeito com o público.
Além de ter cuidado com o espetáculo, o jornalista não deve buscar se destacar a partir de comentários desnecessários e incompreensíveis. O comentário não deve ser discursivo e o “achismo” é um atalho para derrubar a credibilidade de qualquer profissional.
Para isso, é importante que o comentarista dê atenção especial à interpretação dos fatos e deixe opiniões de lado na hora de fazer uma participação em um veículo esportivo. A opinião é bem-vinda, mas desde que seja embasada por fatos. E a opinião contundente também sempre dá mais espaço para o jornalista queimar a língua, é claro.
Bibliografia
BARBEIRO, Heródoto e RANGEL, Patrícia. Manual do Jornalismo Esportivo. Editora Contexto, 2006.
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