Eu tinha medo de bicho Papão!
Toda criança algum dia já teve medo do Velho do Saco, da Mula sem Cabeça, do Saci, e principalmente do bicho Papão, que habitava as zonas inferiores às nossas camas. Coisas de criança, mas que com o passar do tempo, essas coisas desaparecem e passam a fazer parte da nossa memória infantil. Ter medo de monstros é normal, o problema é quando um adulto treme toda vez que escuta Bicho Papão, ou um time “mais que experiente” escuta aquela voz tremulante e de filme de terror dizer: “Estamos perto da final”. O Botafogo já é bem grandinho para sentir isso. Um time dúbio, que hora faz partidas memoráveis, vence jogando bonito, um futebol vistoso, impossível de não aponta-lo como um dos favoritos a uma vaga na Libertadores, ou quem sabe ao próprio título do Brasileirão 2007. Mas que quando escuta a voz sussurrante (final do carioca contra o Flamengo, final da Taça Rio, quase eliminado pela Cabofriense, semifinal da Copa do Brasil) se treme todo, se encolhe, e é lógico perde, e o pior na única hora que não podia.
Após vencer o Internacional, em Porto Alegre, tudo parecia claro, arrasaria o esforçado Figueirense, apenas esforçado que se diga de passagem. Mas não foi isso que o torcedor viu em Santa Catarina. A partida mostrou um Botafogo que jogou como um “Inter da Casa da Mãe Joana”, um “Desportivo do Judas Perdeu as Botas”, era qualquer time, menos o Botafogo, berço de Garrincha. Encolhido, amedrontado, esperando perder de apenas 3 a 0, que já seria um bom resultado. E só não foi uma goleada histórica porque o bom Júlio César fechou o gol botafoguense.
Existe uma coisa que se chama preparação psicológica, e cabe a diretoria do alvinegro, juntamente com o técnico Cuca realiza-las diante de seus jogadores. Cuca que leva o estigma de Monteiro Lobato, e continua assustando as criancinhas agora não mais do sítio do Pica-Pau Amarelo, mas da creche “General Severiano”. Creche não é nenhum termo depreciativo, apenas os identifica como crianças, algumas até prodígio, mas que continuam com medo das finais, e em vez de se mostrarem valentes garotos lutando pela camisa que vestem. Medo de Bicho Papão eu já tive, e todos já tiveram, mas um time como o Botafogo, glorioso em sua história, não pode se render ao medo, não mesmo! Se o alvinegro fosse um Brasiliense da vida (time novato), até aceitaríamos, time este que muito pelo contrário, lutou até o fim e vendeu caro a derrota para o Fluminense.
Após a derrota de 2 a 0 para o Figueirense, as chances de termos outra final carioca da Copa do Rio, (opa), da Copa do Brasil diminuirão muito, mas como dizia o velho sábio : “A esperança é a última que morre”, e ainda mais, como em uma campanha política a alguns anos atrás ela venceu o medo, só depende do psicológico dos jogadores. E agora Botafogo como vai ser?
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Romário acaba de marcar seu milésimo gol. Parabéns para ele. Um jogador, um craque, um ídolo. Parabéns ao Sport que ficará imortalizado também. Minha maio dúvida: Será que o patrocínio do Banco BMG ainda continua?
4 comentários:
ótima metáfora
penso exatamente o mesmo!!!
mt bom
o Bota precisa parar com essa de passado e ganhar mais títulos porque se continuar desse jeito as cores do uninforme vão mudar para AMARELO!!!!!!!!!
e a tia Benta como juiz tbm.....
gol mil??
ahhhhhhhhhhhh
tsc tsc stsc....
rs
forte abraço PAULO MONTEIRO
Eu acho que ninguém esperava que eu não dissesse nada depois de uma postagem dessas... hehehehehehehe...
Bom, até concordo em partes.
Dizer que o Botafogo amarela em decisões é ignorar que ele vem disputando uma por jogo há muito tempo, e que decerto não chegou aos bons resultados até agora perdendo partidas decisivas. Ora, o Bota foi finalista do Estadual, é semifinalista da Copa do Brasil e conquistou isso jogando uma decisão no meio de semana, outra no domingo, sem descanso, e com um elenco limitado. Se pararmos pra pensar, o Botafogo até agora jogou o número máximo de partidas possíveis na temporada, o que causa desgaste físico e emocional.
Assisti a partida em Santa Catarina. O Botafogo foi apático, mas parte desta apatia se deu porque o ESFORÇADO Figueirense lutou muito, jogou muito bem e anulou Dodô e Zé Roberto. Vale dizer, que o Botafogo jogou sem o pilar defensivo Luciano Almeida, sem o útil Leandro Guerreiro, homem do primeiro combate no meio campo e sem Lúcio Flávio, que no último domingo decidiu mais um jogo.
Não considero demérito perder para o Fla na final nos pênaltis. Ora, se a fórmula do Carioca fosse como a do Paulista, o Bota seria campeão, e ngm critica o Santos por ter ficado em (2 a 2) no confronto com o São Caetano e ter sido campeão sem apresentar superioridade no placar. São detalhes do futebol.
Concluo dizendo que para os comentaristas que acompanham os grandes centros RJ, SP, RS, MG, é difícil adimitir que times de SC, BA, PR jogam melhor em algumas partidas e neutralizam os "times grandes" foi isto que aconteceu. Não nos esqueçamos que o Figueirense é time de primeira divisão desde 2002, e que está muito longe de ser um bobo no futebol. Seu treinador é macaco-velho e estão acostumadíssimos a vencer jogos em casa contra adversários de maior expressão.
Mas o Botafogo vai virar. "7 x 0 - Eu acredito."
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