terça-feira, 22 de maio de 2007

"Sangue, suor e lágrimas"

Henrique Fernandes
A célebre frase de Winston Churchill, refere-se a dor da guerra, mas bem que poderia ser usada, sem hesitação, para as grandes decisões do futebol. Para os jogos em que é preciso muito mais que tática e técnica para regozijar ao final do certame.

Durante 10 meses os estádios de toda a Europa se iluminaram para receberem os melhores jogos do continente. Lá no distante 12 de Julho de 2006, quando Liepajas Metallurgs da Letônia, ND Gorica da Eslovênia, Pyunik Yerevan da Armênia entre outros buscavam um lugar ao sol, começava o torneio de clubes mais magnífico do mundo, e um dos mais democráticos.

Amanhã, é o dia em que ele se acabará. Liverpool e Milan, tradicionalíssimos e merecedores, alinharão no OACA Spyro Louis de Atenas sob os apupos de milhares de torcedores e os olhos atentos de milhões de telespectadores para a disputa derradeira do troféu. Multicampeões, ambos já sentiram o gosto do título - os italianos seis vezes, os ingleses cinco - e prometem fazer desta final um jogo único e repleto de alternativas, como fizeram na temporada 2004/05.

Naquele jogo - sem dúvidas uma das melhores partidas que já tive a honra e o prazer de assistir - os Reds se impressionaram com a voracidade dos rossoneri, que marcaram três a zero logo no primeiro tempo, com Paolo Maldini e Crespo, duas vezes. Mas motivados pelo sempre infalível "You will never walk alone" da torcida inglesa, uma reação dramática recolocou o Liverpool na disputa, com gols de Gerrard, Smicer e Xabi Alonso, no rebote de um pênalti em um gol chorado, heróico.

A prorrogação faria brilhar a raça inconteste de Jamie Carragher e a boa sorte e competência do goleiro Dudek. Os penais, deram então naquela ocasião título merecido aos Reds, que comemoraram a virada histórica em um jogo inesquecível com cerveja, cânticos e muita alegria nos pubs espalhados pela cidade de Liverpool.

Que os Deuses do futebol nos concedam a honra de assistirmos a mais uma partida como a de dois anos atrás, para que nós, simples mortais, possamos mais uma vez desfrutar de uma partida imortal. É jogo pra não esquecer nunca mais.

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