terça-feira, 15 de maio de 2007

Como o futebol Paulista se tornou medíocre

Henrique Fernandes
Que me desculpem os bairristas convictos e os apaixonados. O futebol Paulista está acabado. Já explico. Para isso, usarei a cronologia, algo lógico, matemático e didático o bastante para que todos entendam. Eu poderia buscar o já distante ano de 2001, ano em que o futebol de São Paulo teve nove participantes na série A, mas pegarei desde 2003, ano em que o sistema de pontos corridos foi implantado no Brasil.

Em 2003, sem Palmeiras, coube ao São Caetano juntar-se aos “grandes de São Paulo”, chegar à Taça Libertadores, e juntamente com São Paulo e Santos figurar dentre os maiores do país, em um ano que o campeão Cruzeiro sempre esteve há anos luz dos outros times do Brasil. Ora, o Cruzeiro não é Paulista, e campeonato Brasileiro sem o Palmeiras, por si só já é uma vergonha para o futebol do estado de São Paulo.

Logo veio 2004, ano em que o Santos alcançou na reta final seu segundo título da competição. O São Paulo ficou pouco atrás e obteve um ótimo terceiro lugar. Em quarto, o Palmeiras e em quinto, o Corinthians. Dentre os cinco primeiros, quatro Paulistas. Perfeito? O estado estaria de parabéns, se lá embaixo, o campeão Brasileiro de 1978, o Guarani, não amargasse um vexatório rebaixamento, que se desenhara com várias rodadas de antecedência. Menos um paulista na elite do futebol nacional. Era a seqüência da derrocada.

Em 2005, em clara ajuda do “caso Edílson” – adivinhem a qual federação o árbitro era filiado! – o Corinthians “acabou ganhando” um campeonato em que o Internacional de Porto Alegre jogou um melhor futebol. O Palmeiras “cavou” uma vaga para a Libertadores se aproveitando da incompetência do Fluminense, que se tivesse a sorte dos Palmeirenses, chegaria a competição internacional. O São Paulo de ressaca pelo título sul-americano – conquistaria o mundo no final do ano – ficou num modesto 11º lugar. O Santos decepcionou e terminou em 10º. Ao menos o estado não amargou nenhum rebaixamento, mantendo seis participantes na competição nacional.

Em 2006, o início do fim. É bem verdade que lá em cima, o São Paulo ganhou com infinitos méritos o campeonato Brasileiro. O Santos, com a estrela de Luxemburgo, alcançou a Libertadores da América. Corinthians e Palmeiras lutaram contra o rebaixamento o campeonato inteiro, sendo que o Alviverde esteve ameaçado até a penúltima rodada, quando se salvou da degola graças à ruindade evidente da Ponte Preta. Aliás, metade dos rebaixados foi paulista: São Caetano – outrora sensação – e a centenária Ponte Preta cansada de sempre lutar contra o rebaixamento. Apesar de quatro acessos na segundona, nenhum paulista e o futebol de SP, ficou com só quatro times na série A.

Agora chegamos a 2007. Este campeonato Brasileiro será o mais equilibrado desde que inventaram os pontos corridos. Hoje, os times de São Paulo estão em mesmo número que os do Rio Acabou-se a hegemonia. O Corinthians parece tentar se reencontrar no futebol de Zelões, Betões, Magrões e aposta em Finazzi e na molecada que sairá do clube tão logo dólares sejam abanados no exterior.

O Santos vive de Luxemburgo. Com um elenco claramente limitado, o time se ressentirá das saídas iminentes de Kleber, Cléber Santana, Maldonado e do astro-mor, Zé Roberto. O que se verá depois disso é o que aconteceu neste domingo na Ilha do Retiro. O Palmeiras é uma incógnita e parece ter um trabalho para o futuro. O sucesso à curto prazo depende da boa fase de um veteraníssimo de 35 anos e da permanência de Valdivia, cada vez mais improvável e que se tornará ainda mais utópica após a Copa América.

O campeão São Paulo, definitivamente não é mais o mesmo. Qualquer um diria, após o humilhante 4 a 1 sofrido dentro do Morumbi para o agora modesto São Caetano da segunda divisão, que resultados assim acontecem no futebol. Acontecer acontece, mas não aconteceria com o São Paulo de 2005 ou com o de 2006. De lá pra cá, saíram Lugano, Fabão, Mineiro, Danilo, entre outros, difíceis de serem substituídos apesar do dinheiro tricolor. Acontece que o clube dependia de jogadores comuns como Souza, Richarlysson, Aloísio, Leandro, que longe de serem craques, dependem de uma boa fase. Muricy já percebeu que a fase boa destes atletas parece ter chegado ao fim. Mas até a readaptação do esquema de jogo com Hugo, Jorge Wagner e com o virtuoso Dagoberto, o Tricolor deverá perder a chance de lutar pelo título deste Brasileirão e a cabeça de Muricy estará a perigo. Com o fim do São Paulo, para mim, o melhor e mais estável Paulista, o futebol do estado caminha para ser o que o futebol Carioca era há até pouco tempo: uma incógnita em busca de reviver os tempos gloriosos.

6 comentários:

Renan AIESEC disse...

observo isso há alguns anos e este ano isso está evidente....SP não é a mais o mesmo estado forte que era há alguns anos atrás....
será falta de estrutura ou investimento?

Bruno disse...

Infelizmente, o que tem se tornado medíocre é o futebol brasileiro como um todo.
Falta organização e craques. O futebol paulista acaba sendo o maior prejudicado com esse nivelamento por baixo.

Anônimo disse...

Desculpe, mas seu comentário está totalmete equivocado. Qual estado tem mais título nacial que S.P. ??? Tirando o campeonato paulista, os estaduais são muito fracos. Quem é forte no campeonato mineiro além e Cruzeiro e Atlético? Quem é forte no Baiano além de Vitória e Bahia? Quem é forte no campeonato de Sta. Catarina além de Criciuma e Figueirense? No campeonato paulista deste anos, 15 times (dos vinte que disptaram) são muito fortes, face a classificação no SUFOCO do Santos (um dos melhores time do país no momento) frente ao bragantino. Olhe que não foi o Santos que não jogou bem não, foi o Bragantino que não deixou o Santos jogar. O Campeonato PAULISTA é o mais FORTE e DISPUTADO do país, por isso, que vivemos uma hegemonia dos paulista no Brasileirão, e está difícil disso mudar............

Abraços..
Carlinhos.....Guaratinguetá-SP ( campeão do interior...hauhauahuah)

Anônimo disse...

Ao invés de ler esse testamento de henrique, leia o esse comentério de carlinhos e bruno...
Dos 20 que disputarão o paulista, DOZE disputam séries A e B...

E o futebol brasileiro estác cada vez mais medíocre... E nessa mediocridade, SP se destaca e vai ter um clube campeão do nacional..

Anônimo disse...

Henrique Fernandes, para mim você foi totalmente equivocado. A grande verdade é que o futebol brasileiro esta se acabando e o paulista não tem como fugir disso. Em 2004 no brasileirao dos 5 primeiros 4 eram paulistas e você deu mais ênfase ao rebaixamento do do Guarani? Um time que está afundado em dívidas e que todo mundo considera que não é um time grande. Faça mil favor! Desde que começou o Brasileiro de pontos corridos apenas uma vez não foi campeão um time paulista, e sempre mais de um paulista chegou a Libertadores! Se o Corinthians é formado por Zelões, betões e Finazzis, por quem são formado Vasco, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro, Santos , São Paulo Atlético, Brasiliense, Figueirense e todos os outros times do Brasil? Atualmente os jogadores do Brasil são estes mesmos, porque se começar a jogar bem sairão rapidamente para o exterior! Concordo plenamente que o futebol paulista não é mais como antes, mas se ele está acabado, como é que estão os outros estados?

Anônimo disse...

Paulista é foda. Quanto estão mal, generalizam pra desqualificar argumentos...

Um conhecido meu, que trabalha no site do SP, certo dia tinha um curioso nick no MSN, que depois de questioná-lo a respeito, passei a concordar: "No São Paulo é diferente: Se ganha, bate no peito; se perde, bate na imprensa" O time é "incriticável" e paira sobre os outros do país. Pessoalmente, acho que isso não é só relativo ao SPFC, mas a todos os times do Estado.

Ao Hélri: O importante é ter times na série A. Coloquei isso como parâmetro. À partir do momento em que vc considera times de segunda divisão na elite do futebol Nacional, perde-se o critério.

Ao Paulo: Eu fiz uma ressalva sobre os 4 paulistas entre os cinco primeiros. Mas atentei para o fato de o Guarani ter sido rebaixado e de ter diminuído em um time o número de participantes paulistas na primeira divisão. A lógica do meu raciocínio, foi este decréscimo gradual de paulistas na elite, algo inquestionável.