terça-feira, 20 de novembro de 2007

"Saracuteando"

por Paulo Monteiro

O Peru cresceu

Há algum tempo atrás, quando ainda era aspirante a entendido de futebol, as eliminatórias eram mamão com açúcar como diria Dadá Maravilha. Tirando o Paraguai, e o Uruguai, os únicos tritongos que nossas queridas professoras conheciam, deveriam ensinar a elas que também existem outros, como saguão, enxáguam ou iguais. Voltando ao futebol, Uruguai e Paraguai conseguiam ser bons “sparrings”, e eram as únicas diversões das eliminatórias sem sotaque o argentino. Mas as coisas mudaram de um tempo para cá. O Equador mostra dinâmica e ginga, o Chile faz valer seu espírito lutador, a Bolívia vêm dando trabalho na altitude, a Venezuela vêm melhorando bastante, e o Peru cresceu.

O futebol peruano sempre teve alguns bons jogadores, mas faltava time, coordenação. E graças a mãos brasileiras, principalmente a de Paulo Autuori, que comandou a seleção andina há alguns anos, o time cresceu. Adquiriu esquema tático, marcação e força. E mostrou ao Brasil no último fim de semana que não está de brincadeira nestas eliminatórias. Com um time compacto, deu trabalho e conseguiu um empate contra nós brasileiros. É inegável que bons jogadores como Pizarro, Guerrero, Solano e Farfán ajudam na montagem de um belo time, mas diferente do apanhado de jogadores peruanos que se tinha nas décadas de 70 e 80, hoje existe a possibilidade do Peru endurecer o jogo contra muitos adversários, e quem sabe conseguir chegar a África do Sul.

O Brasil jogou mal, isso só o técnico Dunga que além de surdo, deve ser cego para não ter visto. Mas com certeza as eliminatórias estão muito mais difíceis que no passado. Se cuida Brasil, essa semana ainda temos o Uruguai pela frente, com tritongo e tudo.

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