sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Glória e queda!

Bruno Guedes

Era uma vez um grande clube, o Guarani Futebol Clube, sediado na cidade paulista de Campinas. Fundado em 2 de abril de 1911, o Bugre, como é conhecido, já foi campeão brasileiro, revelou craques, levou atletas a seleção, mas hoje, definha rumo a pequenez. Um triste retrato do futebol brasileiro, que faz clubes pagarem pela incompetência que assola o futebol.

Esse ano o Guarani pagou todos os seus pecados. Recém-rebaixado para a Série C do Brasileirão, o time acabou sendo eliminado ainda na segunda fase da competição, em um grupo que tinha Crac-GO, Vila Nova-GO e Rio Claro-SP. Na Copa Federação Paulista de Futebol, que assegura vaga na Copa do Brasil, o alviverde caiu nas quartas-de-final, eliminado pela Linense, time da Terceira Divisão do Campeonato Paulista.

Do Campeonato Estadual, aliás, veio a única notícia boa para o torcedor bugrino, o acesso para a Primeira Divisão depois de um quarto lugar na Segundona. Entretanto, como a fase não é de facilidades, a vaga veio na última rodada após vitória sobre o São José. Para a próxima temporada o clube já anunciou a contratação do técnico Roberval Davino. Só uma boa campanha no Paulistão pode colocar o Guarani na Série C do Brasileirão em 2008.

E, apesar de tantas notícias péssimas, a situação continua piorando. O Bugre deve perder seu maior patrimônio, o estádio Brinco de Ouro da Princesa. Palco do título brasileiro de 1978, do quarto lugar na Libertadores de 79 e que viu surgirem craques como o zagueiro Amaral, os atacantes Careca, Evair e Amoroso, é garantia para o pagamento de uma dívida com o argentino Liberman, que teve uma passagem apagada pelo clube.

Há algumas semanas atrás, a venda do estádio quase foi acertada com uma empresa que pretendia construir um shopping. O valor do negócio giraria em torno de R$ 30 milhões. Porém, a justiça proibiu a venda, e vai colocar o estádio a leilão. O preço inicial: os R$ 5,2 milhões devidos a Liberman. Um golpe duro para a diretoria que esperava vender o Brinco para tentar reconstruir o clube.

Fica a lembrança de todos os equívocos cometidos por dirigentes, como Beto Zini, presidente que adorava demitir técnicos e atletas, toda vez que acordava de mau humor. Sua saída foi comemorada como uma vitória por torcedores. Mas, os presidentes seguintes se mostraram tão despreparados quanto Zini e continuaram empurrando o Guarani para o fundo do poço. E como estão chegando as eleições no clube, o sinal de alerta está aceso. Beto Zini faz parte do grupo de oposição ao presidente Leonel de Oliveira e quer fazer parte da nova diretoria.

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