terça-feira, 6 de novembro de 2007

Atendendo a pedidos

Paulo Lopes

Não é novidade para ninguém que há muita “politicagem” no futebol brasileiro, que a CBF tem influência nos políticos de Brasília e vice-versa. O que não pode é que isso passe despercebido pelas pessoas que realmente querem o bem do esporte bretão aqui no Brasil.

Na quinta-feira passada, 75 deputados e três senadores retiraram suas assinaturas da lista que pedia a criação da CPI mista para investigar a parceria Corinthians e MSI. Mas agora vem a pergunta: por quais motivos deputados e senadores não iriam querer algo que traria bem para o futebol brasileiro? Que investigaria se houve ou não lavagem de dinheiro e consequentemente punindo os culpados que não voltariam ao futebol? A resposta é a mais contraditória (ou nem tanto): Ricardo Teixeira pediu.

Qual seria o motivo para tal pedido? Podem alegar que isso prejudicaria a escolha do Brasil como sede, mas o nosso país já foi escolhido e era candidato único. Talvez manchasse o nosso país aos olhos dos estrangeiros? Acredito que não, fica muito mais manchado um país esconder um roubo do que descobrir quem roubou e puní-lo. Para mim só pode ser porque essa CPMI deverá descobrir que além de Corinthians/MSI, mais clubes e dirigentes, além da própria CBF poderiam passar por maus lencóis no Congresso. Como diz o ditado "quem não deve não teme".

O que é de impressionar é a influência que possui a CBF nos parlamentares de Brasília. “Nem o presidente Lula, quando tentou barrar a CPI dos Correios, conseguiu tanto apoio”, comentou o deputado federal Silvio Torres (PSDB–SP). Não é por menos, de acordo com o Estado de S. Paulo, a Confederação investiu oficialmente R$ 2 milhões (R$ 2,5 milhões em valores corrigidos) no financiamento dos deputados nas campanhas de 2002, 2004 e 2006. E talvez possa haver algumas promessas em relação aos estados e cidades que receberão jogos da Copa. Mas com certeza eles (deputados e senadores) não estão fazendo o melhor para o esporte no Brasil. Mas há ainda esperança da CPMI ser aprovada, e amanhã é o dia D. Para que a comissão seja instalada, é preciso que 171 deputados e 27 senadores mantenham suas assinaturas. Só nos resta torcer.

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