Igor Gama
O Botafogo atravessa o momento mais complicado da temporada. Domingo no Mmaracanã completou o quinto jogo sem vitória no Brasileirão e de quebra ainda perdeu duas posições na tabela. Mas não há motivo para desespero, já que o time ainda não perdeu o seu poder ofensivo, o grande diferencial do alvinegro desde o início do ano. Todos os líderes do campeonato já passaram por momentos como esse durante o ano.
O São Paulo foi eliminado de forma vergonhosa do campeonato paulista, foi desclassificado precocemente da Libertadores e começou mal o Campeonato Brasileiro. Tais resultados foram aceitos humildemente pela diretoria e contribuíram para o fortalecimento do grupo. O mesmo aconteceu com Cruzeiro, que deu um vexame nas finais do Mineiro, e com o Vasco, surpreendido na segunda rodada da Copa do Brasil pelo Gama. Todos esses times ao menos aceitaram que foram incapazes de atingir o objetivo, e de alguma forma reavaliaram suas estratégias, para buscar o suceso num momento posterior.
O Botafogo vem teimando em culpar a arbitragem por todos os insucessos do clube. Na semi-final da Copa do Brasil, poucos botafoguenses se lembram da péssima partida que o time fez em Santa Catarina e da falha grotesca do goleiro Júlio César. No Brasileirão, em boa parte dos jogos nos quais a diretoria reclama da arbitragem o alvinegro esteve muito mal. Reclamam, por exemplo, das partidas contra São Paulo, Paraná e Figueirense, nas quais o time nada criou em campo e cujos resultados foram justíssimos. Se todas essas partidas fossem analisadas friamente, pelo treinador e pela diretoria, seriam constatadas falhas que já poderiam ter sido sanadas, como o grande problema do gol. Houveram falhas graves na final do Carioca, na semi-final da Copa do Brasil, na partida contra o Náutico, contra o Cruzeiro, contra o Corinthians e contra o Inter. Mas parece que os dirigentes estão mais preocupados com a escolha do trio de arbitragem.
Comissão técnica e diretoria estão se contagiando pela empolgação do torcedor. O "super" favoritismo indicado no início reflete-se no sentimento de perseguição. A impressão que o Montenegro e o Cuca nos passam é a de que não deixam o Botafogo ganhar. Um pouquinho de auto-crítica não faria mal, mesmo porque o alvinegro ainda não perdeu suas principais virtudes e tem tudo para brigar pelo título.
Nenhum comentário:
Postar um comentário